Dr. Herberth Cavalcante

Cervicalgia

dor cervical é uma das dores mais comuns do sistema musculoesquelético. É estimado que 9,5 a 22% das pessoas tenham dor cervical. Estas dores podem incluir dores cervicais com ou sem irradiação para os membros superiores e podem vir associadas ou não a dor de cabeça (cefaleia).

As dores cervicais podem ser causadas por muitas patologias especificas como tumores, infecções, doenças inflamatórias ou reumatológicas, sequelas de traumas e até doenças congênitas. Porém nenhuma causa orgânica especifica pode ser encontrada na maioria dos casos e os sintomas costumam ser muito inespecíficos.

A dor cervical pode se originar de alterações degenerativas (envelhecimento) das estruturas da coluna cervical como discos, facetas e ligamentos assim como acontece na coluna lombar. O paciente com dor cervical pode ter vários padrões de dor diferentes. A dor pode ser puramente na face posterior do pescoço, pode acometer algum dos lados do músculo trapézio, supra espinhosos, romboide e escalenos. Pode ainda acometer a face inferior da mandíbula, dentes e como citado anteriormente pode causar cefaleia (dor de cabeça).

Os pacientes com dor cervical, em geral têm algum tipo de alteração na ergometria do trabalho ou em suas atividades diárias. Pacientes que trabalham com funções associadas a posturas fixas como dentistas, cirurgiões, pessoas que ficam muitas horas trabalhando em computadores (quase a todos nós !!!!) estão sujeitas a episódios frequentes de dor cervical.

A dor cervical pode vir associada a outras síndromes muito comuns como tendinites e bursites, principalmente dos ombros, fibromialgia e outras síndromes miofaciais (dores musculares) como a clássica síndrome miofacial do músculo romboide.

É muito difícil diferenciar as dores musculares (síndromes miofaciais) das dores cervicais devido a alterações degenerativas propriamente ditas.

Outra causa comum da dor cervical crônica é a síndrome do chicote. Pacientes que foram submetidos a acidentes com algum tipo de movimento tipo chicote (aceleração e desaceleração) podem desenvolver dor crônica. O mecanismo deste tipo de dor é puramente especulativo sendo que a formação de algum tipo de fibrose intramuscular pode estar associada.

Apesar dos episódios de dor cervical se resolverem em até 10 sem em até 10-35% a dor se torna crônica afetando profundamente a qualidade de vida do paciente.