Dr. Herberth Cavalcante

Cefaleia

ENXAQUECA:

→ O que é enxaqueca?

Os pacientes com enxaqueca receberam de alguém da família os genes da doença. Embora em apenas um tipo mais raro de enxaqueca, a hemiplégica familiar, tenha sido evidenciado o cromossomo 19 como responsável pela transmissão de um parente para outro, aceita-se hoje que os demais tipos, inclusive os mais comuns, como a enxaqueca sem aura, também sejam herdados através de genes.

Como reconhecer a enxaqueca?

As crises de enxaqueca apresentam-se como:
• Dor pulsátil ou latejante (podendo ser em pressão ou aperto) nas regiões da fronte e têmpora;
• A dor se apresenta mais de um lado da cabeça (em 40% dos pacientes é dos dois lados);
• A intensidade é moderada a severa ou severa;
• Geralmente incapacita o paciente para as suas atividades normais;
• Se inicia leve e progressiva;
• Piora com esforços ou atividades físicas;
• Duram em média de 4 a 72 horas quando não são tratadas ou o são de forma ineficaz, geralmente terminando de forma gradual.

São associadas a, pelo menos, dois dos sintomas abaixo:
• Enjôo ou vomitos;
• Intolerância à claridade ou a ruídos (foto e fonofobia).

Após as crises, algumas pessoas sentem-se ótimas, enquanto outras, como se um “trator” tivesse passado por suas cabeças, sentindo, inclusive, dor intensa no couro cabeludo.

Sinais de alerta para reconhecer uma enxaqueca

Há pessoas que sentem que vão ter uma crise de enxaqueca antes de a dor aparecer, a partir de “avisos” que o organismo pode fornecer. Por vezes, estes avisos se iniciam inespecíficos, um dia ou algumas horas antes, com sensações do tipo:

• Desconforto na cabeça;
• Bocejos frequentes;
• Irritabilidade;
• Perda da capacidade de concentração ou raciocínio;
• Diarreia;
• Desejo exagerado por algum tipo de alimento ou aversão total;
• Desconforto abdominal;
• Palidez (muito frequente em crianças);

Esses sinais chamam-se PRÓDROMOS e não estão presentes em todos os sofredores de enxaqueca, ou então, em um mesmo paciente, estão presentes antes de alguns episódios, mas não de todos. Quando os sinais são mais intensos, antecedendo a crise em menos de duas horas e apresentando-se como dormência ou diminuição da força muscular em um lado ou parte do corpo, observação de pontos ou raios luminosos ou brilhantes e perda total ou parcial de uma parte do campo de visão, os chamamos de AURA.

CEFALEIA TENSIONAL

→ Diagnóstico da cefaleia tensional
Ao contrário do que muitos pensam, esse tipo de dor de cabeça não tem relação direta com a tensão emocional, mas sim com a tensão ou contração exagerada, anormal e mantida de grupos musculares dos ombros, pescoço, couro cabeludo e até face. É o tipo de dor de cabeça mais comum que existe, mas por não ser tão intensa e incapacitante, faz com que seus portadores, mesmo crônicos, não procurem tanto a ajuda médica como, por exemplo, fazem os sofredores de enxaqueca.

Há estudos que sugerem que estas dores, quando em caráter crônico, são decorrentes de anomalias bioquímicas de áreas do cérebro envolvendo o sistema analgésico do próprio cérebro. Esse sistema produz endorfinas e é inervado por neurônios que utilizam a serotonina como neurotransmissor químico. A deficiência de serotonina levaria à hipofunção desse sistema analgésico e o paciente apresentaria esta dor de cabeça.

Existem basicamente dois tipos de dor de cabeça tensional: as episódicas e as crônicas.

As dores de cabeça do tipo tensional episódicas são extremamente comuns, moderadas e geralmente não incapacitam o paciente. Porém, assumem caráter problemático e incômodo quando passam a ocorrer mais de 15 dias por mês, configurando o caráter crônico.

As dores de cabeça do tipo tensional episódicas acometem 87% da população geral, segundo estudo feito na Dinamarca. Há estudos epidemiológicos que atestam a prevalência dessas dores de cabeça em 84% das mulheres e em 67% dos homens.

dor de cabeça do tipo tensional crônica, por sua vez, é muito menos comum, acometendo 3% da população adulta.

→ Como reconhecer a dor de cabeça do tipo tensional?

• A dor de cabeça do tipo tensional geralmente se caracteriza da seguinte forma:
• Em peso ou pressão ou aperto, muitas vezes simulando uma faixa ou capacete apertado em volta da cabeça;
• Habitualmente localizadas na fronte e/ou na nuca e topo da cabeça;
• De intensidade leve a moderada ou moderada, não impedindo as atividades rotineiras diárias;
• Não raro essa dor melhora com atividade física ou relaxamento;
• Normalmente não há sintomas associados e alguns pacientes podem se queixar de intolerância, durante a dor, a ruídos mais intensos (fonofobia);
• A dor pode durar de horas a até sete dias;
• Freqüência pode variar muito, com pacientes apresentando dor menos de uma vez por mês, enquanto outros, mais de 15 dias em cada 30 (forma crônica).